Pra Ficar de Olho: 4º Prêmio da Música Capixaba

Na noite de 28 de outubro, o Teatro da UFES se transformou em um verdadeiro epicentro de emoções. A 4ª edição do Prêmio da Música Capixaba foi um espelho da evolução da cena do Espírito Santo, consagrando nomes de diferentes gerações e gêneros em uma celebração emocionante.
A própria estrutura da noite parecia confirmar essa tese. Com um número impressionante de sete categorias terminadas em empate, a premiação provou que, na cena capixaba, há espaço para todos. O momento mais simbólico talvez tenha sido o troféu de Melhor Grupo ou Banda, dividido entre o peso do punk rock, representado pela lendária banda Dead Fish, e a delicadeza erudita da Orquestra Camerata SESI. O vocalista Rodrigo Lima, do Dead Fish, celebrou a nova fase:
“Subir neste palco e ver que o Espírito Santo está andando para frente e valorizando seus artistas é muito bom. Quando eu comecei, há 33 anos, eu não vislumbrava isso.”
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A Força da Representatividade
Se a diversidade de gêneros foi a trilha sonora, a representatividade foi a tônica dos discursos. O palco se tornou um púlpito de mensagens necessárias.
Ada Koffi, vencedora em Destaque Vozes Negras (ao lado de Akilla), emocionou a plateia ao reconhecer o legado: “Esse aqui é um corre coletivo de quem veio há muito tempo, e talvez eu não estivesse aqui se não tivesse visto outros artistas negros na música. Esse troféu é nosso!”. Em seguida, DuCarmo, que dividiu o Destaque LGBTQIAPN+ com Roberta de Razão, reforçou a bravura necessária para criar: “Quero parabenizar os artistas capixabas por terem coragem de fazer música. Esse prêmio é pela arte e com arte.”
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Um Mapa Sonoro Diverso
A diversidade musical do ES foi desenhada no placar de vencedores:
- Melhor Álbum terminou empatado entre a contemporaneidade de Budah (Púrpura) e o pop de Silva (Encantado).
- Afronta (Princesa de VV) e Joe Caetano (3×4) dividiram o prêmio de Melhor EP.
- Nas Linguagens Urbanas, Dudu e Jota 3 foram destaque, enquanto o clipe de Cesar Mc ft. Dudu e Noventa levou a categoria de Melhor Videoclipe por “Melhor Assim“.
- A Melhor Composição de 2024 ficou com André Prando e Luiz Gabriel Lopes, por “Dharma”.
- A nostalgia também teve seu espaço no palco, com o show “Amianto” 10 anos no Circo Voador da banda Supercombo levando o prêmio de Melhor Show ao Vivo.
- Fabriccio foi eleito Melhor Artista Solo ou Duo, e o prêmio de Revelação ficou com Xavier Lucas.
- Em Melhor Intérprete, houve empate entre Anastácia e Luiza Dutra. Melhor Produtor Musical ficou com Tibery.
- O olhar social da premiação foi celebrado com o reconhecimento dos projetos Mãos À Obra: Música Acessível e Orquestra Jovem Capixaba na categoria Projeto de Impacto Social Através da Música.
A noite teve ainda o ápice emocional com a homenagem aos maestros Helder Trefzger (que dividiu o prêmio com a OSES) e Adolfo Alves, reconhecendo décadas de dedicação à formação musical capixaba.
Ao final, a mensagem era clara: a música feita no Espírito Santo não é apenas talento individual, mas “resultado de uma rede que cresce e se fortalece a cada edição”, consolidando o prêmio como crucial para a cena.
Como destacaram os correalizadores Daniel Morelo e Simone Marçal, a cada edição, “o som capixaba ganha mais fôlego, mais alcance e mais ouvidos atentos pelo país”. O 4º Prêmio da Música Capixaba não foi apenas uma lista de artistas sendo reconhecidos, mas sim, um manifesto: a música do Espírito Santo está mais afinada, mais diversa e, inegavelmente, mais coletiva.
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Eduardo Ferreira

LR



