DPOC: 4ª causa de morte no mundo atinge 7 milhões no Brasil

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Foto: Gerada por IA

País – Neste mês é lembrado o Dia Mundial da DPOC, data criada para conscientizar a população sobre a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. O objetivo é alertar sobre seus principais fatores de risco — como o tabagismo e o uso de cigarros eletrônicos — e reforçar a importância da adoção de hábitos saudáveis para preservar a saúde pulmonar. No mundo, são mais de 300 milhões de indivíduos acometidos com a doença. A DPOC é a quarta principal causa de morte no mundo e a quinta no Brasil.

Silenciosa e subdiagnosticada, a DPOC é uma doença respiratória crônica e progressiva, caracterizada pela obstrução persistente das vias aéreas, causada principalmente pela exposição a partículas ou gases nocivos. A enfermidade é o resultado da combinação de dois quadros respiratórios: a bronquite crônica e o enfisema pulmonar. Na bronquite crônica, ocorre uma inflamação persistente dos brônquios, com produção excessiva de muco; já no enfisema, há destruição progressiva dos alvéolos — pequenas estruturas responsáveis pelas trocas gasosas nos pulmões.

Pneumologista, coordenador da comissão de DPOC da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e Professor Titular da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Dr. Roberto Stirbulov afirma ser fundamental que o paciente esteja atento a alguns fatores que podem indicar a doença: tosse frequente, falta de ar e a produção de catarro são os mais comuns e que costumam ser negligenciados, o que dificulta o diagnóstico precoce.

 Crises severas 

Os episódios de crises da DPOC, conhecidos como exacerbações, têm alto impacto na progressão da doença e na qualidade de vida dos pacientes. A recuperação pode levar semanas e, quanto mais frequentes e graves, maior o impacto no estado de saúde e no risco de complicações severas.

Stirbulov descreve o termo exarcebações como “ataques pulmonares” e ainda reforça que quanto mais graves forem esses ataques, maiores são as chances de hospitalização, internação e óbito. “A intervenção precoce na DPOC é essencial para prevenir exacerbações, que podem ter consequências graves — uma exacerbação moderada a grave dobra o risco de infarto do miocárdio e aumenta em mais de duas vezes o risco de morte nos cinco anos seguintes.”, reforça o pneumologista.

Tabagismo é uma das principais causas da DPOC

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registrou um aumento de 25% no número de fumantes em 2024, revertendo a tendência de queda que se mantinha na última década. Como o tabagismo é o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença, que afeta aproximadamente 7 milhões de brasileiros, o cenário preocupa especialistas.

Para Bernardo Maranhão , pneumologista e gerente de grupo médico da GSK, abandonar o cigarro, aderir ao tratamento e manter acompanhamento médico regular são pilares fundamentais para controlar a doença e prevenir crises graves. Estima-se que sete em cada dez brasileiros com DPOC não saibam que têm a doença, o que retarda o início do tratamento e agrava o quadro clínico. “O tabaco é um grande vilão para impulsionar o surgimento de diversas doenças pulmonares e as pessoas precisam estar conscientes disso. Esse dado do Ministério da saúde sobre o aumento do número de fumantes nos preocupa demais, pois estamos indo na contramão. Esse número deveria regredir e não aumentar”, reforça.

Preocupação com o Vape 

Um novo hábito preocupa os especialistas: o uso crescente dos cigarros eletrônicos (vapes), sobretudo entre adolescentes e jovens adultos. Roberto Stirbulov pontua que já há estudos que mostram que o vape contém substâncias tóxicas e potencialmente cancerígenas que podem causar inflamações e danos graves aos pulmões. “O cigarro eletrônico não é uma alternativa segura. Ele também pode causar dependência de nicotina e acelerar o surgimento de doenças pulmonares em jovens”, finaliza o médico.

Hábitos importantes para o controle da DPOC

  • Abandonar o cigarro e evitar exposição à fumaça e poluentes.
  • Praticar atividade física regularmente, respeitando as orientações médicas.
  • Manter as vacinas em dia, especialmente contra COVID-19, gripe e pneumonia, para reduzir o risco de complicações.
  • Seguir corretamente o tratamento prescrito, que pode incluir medicamentos inalatórios para melhorar a função pulmonar.
  • Adotar uma rotina saudável, com alimentação equilibrada e hidratação adequada.

 

Lívia Nascimento

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