Clubes europeus e Premier League moldam destino dos jovens talentos brasileiros
A emigração de jogadores brasileiros para o exterior atingiu uma nova fase. Atualmente, o fluxo é marcado pelo êxodo de jovens promessas, que buscam rodar e ganhar experiência em ambientes de alta performance, mas principalmente garantir a ascensão social e o sustento familiar.
A idade média dos atletas mais caros vendidos do Brasil é de apenas 19 anos, sendo que a média de preço de transferência dos cinco mais valiosos da última temporada atingiu a marca de £20 milhões. Para os entusiastas que apreciam o alto nível de análise e as probabilidades do esporte, vale a pena conhecer e explorar os melhores apps de apostas disponíveis no mercado.
Este boom de jovens talentos é notável na Inglaterra: o número de brasileiros na primeira divisão inglesa saltou de apenas 12 em 2018 para 33 na última temporada, indicando a intensificação do fluxo. O talento de elite, com no máximo 20 ou 21 anos, é transferido para as cinco grandes ligas europeias, sendo a Premier League o destino principal, enquanto jogadores mais velhos tendem a buscar mercados “alternativos”, como Oriente Médio e ligas menores da Europa.
Os melhores clubes europeus para brasileiros em 2025
A atratividade dos clubes se baseia na capacidade de oferecer salários, visibilidade e facilidade de circulação, elementos cruciais para o projeto de vida dos atletas oriundos das camadas sociais baixas.
A Premier League consolidou-se como o destino principal devido ao seu alto valor financeiro e atração global. A mudança nas regras do GBE (Governing Body Endorsement) no ano passado, que permite aos clubes ingleses contratar pelo menos dois jogadores “curinga” que antes não atenderiam aos requisitos de licença de trabalho, abriu o mercado para talentos brasileiros que ainda não são “produtos acabados”. Tal medida favoreceu todas as faixas de clubes ingleses e tornou a liga britânica a mais atrativa para quem busca ascender ao topo do jogo e obter uma riqueza que não é comparável aos salários sul-americanos.
A Espanha continua sendo uma rota fundamental devido ao seu forte apelo histórico e legal. Clubes como Real Madrid demonstram o foco na aquisição de jovens promessas como Endrick e Vinicius Jr., visando alto retorno.
As ligas de Alemanha e Itália completam o grupo das grandes ligas que concentram talento e capital. Estes clubes fazem parte dos “nós” mais importantes no sistema futebolístico global, oferecendo a experiência de “rodar” em um ambiente altamente profissional. Já o talento que não migra diretamente para os destinos mais ricos busca mercados de alto salário, mas menor prestígio esportivo, como Oriente Médio e a Rússia.
Prioridades: riqueza e sobrevivência
O principal motivo por trás dessa migração não é primariamente a paixão pelo clube estrangeiro, mas a necessidade econômica. A maioria dos jogadores vem de camadas sociais baixas, e o futebol é o principal, senão o único, projeto de mobilidade social da família. A possibilidade de tirar a família inteira da pobreza é a prioridade absoluta, o que faz com que o atleta busque o maior salário disponível em qualquer lugar do mundo.
O sucesso desses destinos europeus também está ligado a fragilidades institucionais do Brasil. Apesar da lei de 2021 encorajar o investimento privado (com a entrada de donos do Manchester City no Bahia e de John Textor no Botafogo, por exemplo), a venda de jovens ativos continua sendo a maneira mais rápida e eficaz para os clubes nacionais quitarem dívidas e gerarem caixa, alimentando o ciclo de exportação.
Vivian Costa e Silva
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