Estratégia do CV para blindar locais proíbe exibição de armas na internet
Volta Redonda – A recente orientação do Comando Vermelho para que seus integrantes parem de divulgar fotos com armas e drogas — uma tentativa de dificultar a ação das forças de segurança — foi considerada pouco efetiva pelo comandante do 28º Batalhão da PM em Volta Redonda, Coronel Moisés Sardemberg.
Em entrevista ao DIÁRIO DO VALE nesta quarta-feira (26), ele disse que a medida tem impacto limitado sobre o trabalho policial. “Em parte pode prejudicar. Todavia, a inteligência tem outros meios de identificar e localizar esses marginais”, afirmou.
Sardemberg ressaltou que o monitoramento de grupos criminosos não depende exclusivamente de publicações na internet. Embora as imagens auxiliem no mapeamento de integrantes e locais de atuação, a polícia utiliza outras ferramentas e métodos de investigação para identificar movimentações suspeitas e planejar operações.
A orientação interna da facção, que visa a reduzir a exposição digital de seus membros, tem sido disseminada para evitar que fotos de armas, drogas e dinheiro sirvam de base para ações policiais.
A proibição
A facção criminosa Comando Vermelho (CV) determinou internamente, esta semana, que nenhum de seus membros poderá publicar fotos ou vídeos ostentando armas, drogas e qualquer material ligado a atividades criminosas.
Segundo o CV, a proibição se estende para todas as áreas dominadas pela organização no estado do Rio. A medida teria o objetivo de blindar as áreas de atuação da facção criminosa e evitar que forças de segurança as identifiquem.
“Está proibida a postagem de vídeos em todas as áreas do Comando Vermelho — L.R.L.J.U. Obs.: vídeos de armas, bancas de dr0gas ou qualquer situação relacionada ao cr1me”, diz o texto, distribuído para os integrantes da facção.
As letras L.R.L.J.U representam os princípios internos do Comando Vermelho: “Liberdade, Respeito, Luta, Justiça e União”. O aviso também informa que os integrantes de cada região têm a responsabilidade de reforçar a decisão e punir quem desobedecer às ordens.
A medida foi tomada após a morte de Luiz Felipe Honorato Romão, conhecido como “Mangabinha”, um dos criminosos a descumprir a orientação de não ostentar armas na internet.
O criminoso foi encontrado no dia 21 de novembro durante uma operação da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) na Cidade de Deus, na Zona Oeste da capital. Ele morreu em confronto com os agentes um dia após a postagem. Mangabinha era apontado como o principal responsável pela execução do policial civil José Antônio Lourenço Junior.
Lívia Nascimento
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LR
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