Exclusivo: Ferdi descreve o sentimento de cada canção do novo disco “Ruídos e Silêncio”

Ferdi lança seu álbum
Crédito: Julia Milasseno

No final de agosto, Ferdi lançou o seu quinto álbum de estúdio, Ruídos e Silêncio, que chegou para conquistar os amantes da nova música popular brasileira e revelar a rica fusão de estilos presente no projeto.

Com letras poéticas e sonoridades inovadoras que transportam o ouvinte por uma viagem íntima e reflexiva, o disco conta com a faixa “Olhos Pra Fora”, em que o cantor produziu o clipe com a participação do artista visual e educador Dink.

Para saber mais sobre o processo de composição de Ruídos e Silêncio, o TMDQA! conversou com Ferdi, que nos entregou um “faixa a faixa” do álbum, ajudando a compreender a ideia por trás de um trabalho tão cuidadoso e sentimental.

Confira as palavras do artista para cada música do disco logo abaixo!

Faixa a Faixa de Ruídos e Silêncio por Ferdi

“Ruídos e Silêncio”

“É a faixa que intitula o álbum. Ela fala um pouco sobre essa questão da dicotomia entre o ruído e o silêncio, interno e externo. O conceito do álbum é, justamente, falar sobre esses ruídos e silêncios internos e externos e o diálogo entre eles. Quais dos ruídos internos que vêm ressoando de dentro? E de fora? Quais os silêncios que nos permeiam de fora? E quando experienciamos alguns momentos de silêncio interno? A música em si tem bastante ruído entrelaçando com uma melodia doce, que intencionalmente tenta causar essa sensação de dicotomia, dos ruídos e silêncios se entrelaçando.”

“Olhos Pra Fora”

“É uma música que eu escrevi com a intenção de explorar os sentidos que nos conectam o mundo interior ao exterior, dos ‘olhos para dentro’ e dos ‘olhos para fora’. Pedi pro meu parceiro Dipe para fazer um rap que dialogasse com isso e pedi para que ele fizesse uma letra falando um pouco de todos os sentidos, visão, olfato, etc. Ele veio com uma letra perfeita para a música. O refrão traz uma sinestesia: ‘para ver com outros olhos, basta escutar’, com a ideia de brincar com os sentidos mesmo. No clipe eu tenho também uma venda nos olhos e durante a letra toda eu brinco com essa tomada de consciência dos sentidos como principal ‘porta’ para o mundo externo e onde os ruídos e silêncios se interagem.”

“Sopa de Letras”

“É uma música que tem um certo humor fazendo uma brincadeira de descrever, através de uma receita, um processo de composição. Então, ela é basicamente uma receita para uma composição, usando unidades de medidas da cozinha, como ‘uma colher de sopa de ressentimento’ uma pitada de tristeza, etc e assim colocando no caldo da composição alguns sentimentos que acabamos usando de tempero nas músicas que criamos.”

“Passo do Pensar”

“‘Passo do Pensar’ é uma música que eu escrevi em algumas horas, ela veio basicamente pronta na minha cabeça. Queria fazer uma alusão a vida através de uma caminhada e dos espaços e passos que nos levam a outras direções e mudam nosso rumo, proporcionam outros encontros e assim nós seguimos Eu convidei um grande amigo meu, Gabriel Peregrino, que toca comigo também, pra cantar e também para gravar a viola e as percussões. Queríamos que soasse quase que um duo caipira.”

“Querer Saber, Saber Querer”

“‘Querer Saber’ é uma música que como o título diz brinca com as palavras e com o desejo de saber e também saber o que se ‘quer’ desejar. Quais os ruídos e silêncios que esse desejo interno proporciona e como ele vai se manifestar no mundo externo e, da mesma forma, como o outro desejo da outra pessoa também vai entrar em contato com o meu desejo e quais ruídos e silêncios essa interação vai proporcionar. Acho que é também sobre outras formas de amar, formas de desejar e fazer isso de uma forma que você e a outra pessoa se sintam confortáveis com isso.”

“Conforme For a Melodia”

“Essa música é um pouco sobre superação, eu acho. Aqueles dias em que, de repente, os ruídos internos estão mais altos, por exemplo, e aí a gente vai tentando achar alguns silêncios e espaços de tranquilidade, ou criatividade. Tentando resgatar o que nos traz felicidade e também respeitando nosso ritmo. Buscando de certa forma a simplicidade e a humildade quando tudo parece muito complicado e assim seguir dançando conforme a música, ou cantando conforme a melodia enquanto trilhamos nosso caminho de autoconhecimento.”

“Sorriso Minguante”

“‘Sorriso minguante’ como o título já diz, né, aquele sorriso que míngua quando se percebe que há algo incomodando, mesmo que no plano de fundo, algum ruído interno por trás de um sorriso. Essa música é sobre negligenciar algumas questões internas e aí passar por elas com esse tipo de sorriso que finge estar tudo bem. Eu escrevi ela pensando também no universo masculino, que é bem comum os homens, via de regra e culturalmente, não pedirem ajuda, não entrarem em contato com a vulnerabilidade. E sobre uma autocrítica minha também, de saber perder ajuda, ou saber conversar, saber buscar alguém, ao invés de ficar com aquele sorriso minguante com um peso de um ruído interno.”

“Por Trás da Fresta”

“‘Por trás da fresta’ também se refere a um mundo interno e um mundo externo. Sendo que ‘por trás da festa’ do nosso mundo subjetivo, a gente vai observando o exterior. É sobre o que dessa subjetividade que vai para fora e o que de fora, trazemos ao nosso mais íntimo mundo interno e incorporamos na nossa subjetividade. E essa fresta metaforizada como o limiar desses dois mundos busca representar essa relação dialética. A música em si, começa bem silenciosa, mais perto do sutil possível e vai cada vez ficando mais ruidosa, com mais barulhos e gritos, que tiveram a intenção de causar essa sensação dicotômica mais uma vez dos ruídos e silêncios e também de acoplar muito sentimento e dinâmica à música. No clipe, o quarto simboliza o mundo interno que depois de espiar por trás da fresta, entra em contato com o mundo externo e as belezas e tristezas que dele advém.”

“Relativo”

“‘Relativo’ é uma música que eu falo sobre o tempo, que é uma das coisas que eu mais gosto de falar também nos assuntos das minhas composições. Fala um pouco sobre como a gente está se reconstruindo o tempo inteiro, se ressignificando, do que a gente entende por nós mesmos e como isso muda e é relativo através do tempo e como essa relatividade também permeia cada um nas nossas subjetividades, É sobre respeitar a ancestralidade mas também quebrar alguns padrões dos tradicionalismos e relativizar a rigidez de alguns processos, buscando uma flexibilidade maior de conceitos, conhecimentos e subjetividades.”

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Gabriel von Borell

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