TMDQA! Entrevista: Trey Spruance fala sobre aguardado retorno do Mr. Bungle ao Brasil

Mr. Bungle, em registro feito por Eric Larsen
Foto por por Eric Larsen

Trey Spruance, o lendário guitarrista do Mr. Bungle, está de volta ao Brasil – e dessa vez ele traz consigo uma das bandas mais inovadoras e imprevisíveis da música. O grupo, que desafia categorizações, retorna ao país para uma série de apresentações que prometem ser inesquecíveis.

A última vez que o Mr. Bungle se apresentou por aqui foi em 2022, no Knotfest Brasil. Agora, três anos depois, a banda desembarca novamente para fazer os shows de abertura da turnê do Avenged Sevenfold e para um aguardado show solo no Rio de Janeiro. Essa vinda representa não apenas um reencontro com o público brasileiro, mas também uma oportunidade de reviver a energia caótica e genial que é a marca registrada do Mr. Bungle.

Nesta entrevista exclusiva ao TMDQA!, conversamos com Trey sobre a expectativa de tocar para os fãs brasileiros, a experiência de dividir o palco com o Avenged Sevenfold e os bastidores dessa nova fase da banda. Ele reflete sobre a longevidade e a constante reinvenção do grupo, e revela o que o público pode esperar dessas performances que, sem dúvida, ficarão para a história!

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Mr. Bungle no Brasil

Em Outubro, a turnê do Avenged Sevenfold desembarca no Brasil com convidados de peso, e o público pode se preparar para apresentações que prometem ser memoráveis.

Os shows da turnê acontecerão no dia 02 de outubro, em Curitiba (Pedreira Paulo Leminski), e no dia 04 de outubro, em São Paulo (Allianz Parque). Ambas as datas contarão com a abertura do Mr. Bungle e de Karen Dió, e a apresentação em São Paulo ainda terá a participação especial do A Day To Remember.

Mas a festa não para por aí: no dia 05 de outubro, o Mr. Bungle fará um aguardado show solo no Circo Voador, no Rio de Janeiro. A banda terá a oportunidade de entregar uma apresentação completa para os fãs cariocas.

A turnê do Avenged Sevenfold e o show solo do Mr. Bungle têm realização da 30e, e os ingressos ainda estão disponíveis. Para não perder essa chance de ver de perto o Mr. Bungle e outras grandes bandas, garanta já seu lugar!

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TMDQA! Entrevista Trey Spruance (Mr. Bungle)

TMDQA!: Trey, antes de tudo, é um enorme prazer! O Mr. Bungle tem uma base de fãs incrivelmente dedicada no Brasil e gostaríamos de saber: como é voltar após a última vez, e o que essas apresentações significam para a banda no momento?

Trey Spruance: É super empolgante voltar porque vamos tocar em dois lugares onde nunca toquei com nenhuma das minhas bandas: Curitiba e Rio. Isso é muito legal, estamos explorando novos territórios. Além disso, a família da minha esposa, que é de Porto Alegre, vai vir a Curitiba, então vou poder vê-los, o que é um bônus.

Como você sabe, eu amo o Brasil, já que minha esposa é brasileira e estive lá muitas vezes nos últimos anos. Voltar para fazer música depois de ter essa conexão é muito especial. Eu amo que faremos shows solo, além dos grandes festivais, porque esses shows nos aproximam mais do nosso público no Brasil, o que vai ser incrível de ver!

TMDQA!: O Avenged Sevenfold demonstrou grande admiração pelo Mr. Bungle, inclusive com o cover de “Retrovertigo”. Como é agora compartilhar o palco com uma banda que os cita como influência? E o que você espera dessa interação com um público que pode estar descobrindo o Mr. Bungle pela primeira vez através deles?

Trey Spruance: É interessante. Já passamos por isso antes, sendo levados em turnê por bandas que, na verdade, nos odiavam. Isso foi nos anos 90 por aí. Mas a diferença com o Avenged Sevenfold é que eles fizeram um cover de “Retrovertigo”, e a reação minha e do Trevor (que escreveu a música) foi muito positiva, porque, sinto muito dizer, mas geralmente os covers que fazem do Mr. Bungle não são muito bons. [risos]

Quando ouvimos o deles, pensamos: “Quem são esses caras? Uau, ficou muito bom.” E então, nossos fãs, que são muito dedicados, disseram: “Que droga, essa é uma versão terrível!” Nós respondemos: “Não, não é. É boa! Não tem nada de errado.” Depois os conhecemos e eles são pessoas muito doces e legais. Acho que coisas boas virão disso, porque os fãs deles parecem ser mais mente aberta do que os fãs de nu-metal dos anos 90, que não nos aguentavam. Acho que será uma ótima simbiose.

TMDQA!: The Raging Wrath of the Easter Bunny Demo foi um retorno às raízes do thrash metal do Mr. Bungle, com uma formação que inclui lendas como Dave Lombardo e Scott Ian. Como essa reunião de colégio com músicos tão icônicos influenciou a dinâmica criativa e as performances? O que a banda espera que o público brasileiro capte com essa energia renovada?

Trey Spruance: Essa é uma pergunta muito interessante! Quando começamos a fazer isso, a retomada da era do thrash metal – estamos falando de 1985 para nós. É muito tempo atrás. Não sentimos isso como algo particularmente nostálgico, não foi como se tivéssemos 15 anos de novo, pulando em trens e jogando garrafas em janelas. Não foi assim que funcionou.

A energia da música, especialmente com a entrada de Dave Lombardo e Scott Ian na banda, foi como uma injeção de ânimo que ajudou a transformar tudo em sua própria máquina, com seu próprio impulso. Agora nos sentimos muito bem. Colocando de outro jeito, a forma como Mike Patton lida com o público mudou desde 1986. Ele consegue se virar em um grande estádio, gostem as pessoas da gente ou não. Temos uma grande confiança nisso. Se algo desse terrivelmente errado, ainda seria divertido. O Mr. Bungle sabe como fazer isso. Mas com essa formação, nunca dá errado. Sempre dá certo.

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TMDQA!: Em entrevistas anteriores, você mencionou encontrar mais satisfação artística no estúdio do que nas apresentações ao vivo, que são mais focadas na diversão. Com a intensidade dos shows de The Raging Wrath e a agenda apertada no Brasil, como você mantém essa diversão e o que te motiva a continuar se apresentando ao vivo, especialmente em um contexto tão exigente?

Trey Spruance: Para mim, pessoalmente, em todas as outras músicas que faço, sou o líder da banda ou estou orquestrando as coisas, então é tudo muito complexo. Também sou o tour manager, cuido de toda a logística. Então, para mim, vir tocar com o Mr. Bungle é só aparecer com a minha guitarra – e na verdade, nem sou eu que a carrego. Isso é tudo muito estranho para mim. [risos]

É muito fácil entrar no clima, manter a leveza, seguir o fluxo e se divertir com a banda. Eu digo que no resto das minhas músicas eu estou sempre constantemente sob pressão, mas essa, com o Mr. Bungle, é divertida, sabe? É muito divertida, eu realmente gosto.

TMDQA!: O Mr. Bungle se autointitula a “peça final do quebra-cabeça do Pentágono do Big Five do metal”. Como você vê essa afirmação ousada?

Trey Spruance: Qual foi a primeira parte da pergunta?

TMDQA!: O Mr. Bungle se autointitula a “peça final do quebra-cabeça do Pentágono do Big Five do metal”.

Trey Spruance: Ah, nós nos autointitulamos assim? Uau. Talvez eu não fosse tão ousado a ponto de dizer algo assim, mas vou tentar defender – deixe-me ver se consigo. [risos]
Quer dizer, existem tantas outras bandas que deveriam estar lá além do Mr. Bungle. É meio estranho. E o Possessed? E o Sepultura? Tem muitas bandas que merecem esse trono mais do que nós. Mas, você sabe, nós também estávamos lá no começo. Isso para mim já é bom o suficiente. Estávamos lá, bem no início, quando todas essas bandas surgiram, e fazíamos coisas doentias parecidas. Então, quem disse isso tem um ponto. Mas eu não tiraria o trono das bandas que realmente o merecem.

TMDQA!: Cara, para finalizarmos o nome do nosso site é Tenho Mais Discos Que Amigos!. Considerando essa informação, você concorda também ter mais discos do que amigos? E se pudesse escolher um álbum para se descrever ou que seja significativo para você, qual seria?

Trey Spruance: Eu definitivamente tenho mais discos do que amigos. Quer dizer, eu tenho mais dedos do que amigos. [risos]

O disco… existe um álbum chamado Delirium in Hi-Fi. Se eu tivesse que me identificar com um disco, seria esse. Ele foi feito nos anos 50 e é um álbum muito aventureiro, inovador, de um gênio incrível. Eu ainda não consigo entender como eles fizeram o que fizeram naquele disco. Muito poucas pessoas o conhecem. Isso soa como eu.

TMDQA!: Trey, você é uma lenda absoluta, adorei conversar com você. Muito obrigado pela oportunidade!

Trey Spruance: O prazer foi todo meu, obrigado pelo tempo. Nos vemos em outubro!

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Eduardo Ferreira

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