Britney Spears, Balenciaga e o branding do impossível

Britney Spears, Balenciaga e o branding do impossível

A Balenciaga não faz collabs. Orquestra acontecimentos.

E quando o nome envolvido é Britney Spears, o que temos não é apenas uma parceria de moda. É um ritual de resgate simbólico, com direito a polêmicas, trilha sonora pop, nostalgia envernizada e um timing milimetricamente calculado. A recente união da maison com a princesa do pop selou mais que uma coleção: firmou o Y2K Couture como um movimento de branding de impacto geracional.

E sem dancinhas questionáveis para as redes sociais… 

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Em tempos em que todo artista vira marca e toda marca sonha em ser artista, Britney e Balenciaga representam extremos que se encontram. Ela, um ícone pop que simbolizou os anos 2000 e depois desapareceu do palco midiático por quase duas décadas; a marca, um templo fashion que nos últimos anos fez da disrupção seu ponto de equilíbrio.

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A volta de Britney ao centro de uma campanha global da Balenciaga não é sobre roupas. É sobre narrativa. É sobre apropriar-se de um sentimento coletivo, o saudosismo do pop quase ingênuo, a estética dos celulares tijolões ou flips, das calças de cintura baixa e dos paparazzi histéricos, mas embalados em um luxo contemporâneo.

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Estamos falando de uma marca que transformou crocs em objetos de desejo e desfiles em protestos visuais. Quando escolhe Britney como musa, o que está dizendo é: “sabemos onde a cultura pulsa”

Para Britney, o movimento tem um certo cheiro de redenção pública. Não a de uma artista voltando a lançar músicas, mas a de uma mulher (re)tomando o controle de sua imagem com direito a contrato de sete dígitos e holofote fashionista. É o tipo de operação onde branding e biografia se entrelaçam. Britney vira símbolo e agente da virada. De produto explorado a protagonista de luxo.

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Para a Balenciaga, é um lance de mestre. Ativar um ícone adormecido, que carrega uma legião de fãs órfãos de representatividade e ao mesmo tempo representa a estética que hoje pauta o TikTok, os algoritmos e o desejo coletivo. E, por que não, carrega até uma preocupação latente pelas últimas aparições, no mínimo, estranhas. 

O sucesso da collab não está apenas nas peças ou no lookbook. Está no subtexto. Nas entrelinhas de um marketing que não grita, mas reverbera. Que entendeu que não basta falar com a Gen Z,  é preciso invocar o passado com a sofisticação de quem sabe que o futuro se constrói remixando memórias.

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No fim das contas, Britney + Balenciaga não é só (mais) uma collab. É a assinatura de um novo capítulo na guerra da atenção, em que marcas não apenas vendem produtos, mas editam emoções. E onde o passado, se bem embalado, vale mais que qualquer trend do momento.

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Gustavo Giglio

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