Uma atitude simples, tomada quase por acaso em Curitiba (PR), mudou a vida do voltaredondense Renato Pereira Linhares, de 34 anos. Crescido na Rua 249, no bairro Conforto, mas morando a trabalho no Paraná desde 2018, o gerente de projetos decidiu, em 2023, doar sangue no Hemepar (Centro de Hemoterapia do Paraná). Mas foi ali, ao observar uma placa que incentivava o cadastro como doador de medula óssea, que ele deu um passo ainda maior na direção da solidariedade, ao perguntar para a enfermeira como funcionava a doação. Ela explicou que era só uma pequena coleta extra, nada invasivo. Sem saber, naquele momento, ele começava um caminho que culminaria num gesto de vida: a doação de medula para um paciente compatível no Rio Grande do Norte.
Com raízes em Volta Redonda, estudando no Colégio Nossa Senhora do Rosário e se formando na UFF (Universidade Federal Fluminense), Renato, casado com a esposa Amanda, com quem tem a filha Ana Beatriz, de 12 anos, pouco mais de um ano depois, neste mês de julho, embarcou numa jornada de mais de 3 mil quilômetros para realizar o que ele descreve como “um privilégio raro”. Ele não conhece o receptor da medula — e talvez nunca venha a conhecer —, mas isso não diminui a grandeza do gesto.
Foi com um gesto despretensioso, durante uma doação de sangue, que o nome de Renato Pereira Linhares passou a integrar o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Ele mal imaginava que, cerca de um ano depois, receberia uma ligação que mudaria sua vida — e, possivelmente, a de alguém que ele nunca conhecerá. O telefonema veio em dezembro de 2024, com a notícia de que havia uma compatibilidade em potencial. Renato precisaria fazer novos exames no Hemepar, em Curitiba. A espera pela confirmação foi longa — quatro meses — até que a resposta definitiva chegou: ele era o doador ideal. “Me perguntaram algumas vezes se eu tinha certeza”, conta Renato. “Mas eu nunca tive dúvidas. Era uma chance única de fazer a diferença. Me senti honrado.”
A doação aconteceu em Natal, capital do Rio Grande do Norte. O procedimento foi realizado com sucesso, e Renato teve alta no dia seguinte. No domingo, já estava de volta em casa, ao lado da esposa, Amanda, e da filha, Anna Beatriz, pronto para retomar a rotina — com o coração leve e a sensação de missão cumprida. Renato, segundo sua família, trabalhava para uma empresa em Porto Real e passou a prestar os serviços em João Pessoa, na Paraíba. Depois, embarcou rumo ao Sul do país, onde praticou o lindo gesto de amor e caridade.
Informa Cidade
Voltaredondense morando no Sul percorre 3 mil km para doar medula a paciente no RN
LR
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